02 outubro 2006

Serenando



Deixa cair a noite,
cair sereno
o olhar sem fome
de seda e âmbar.
Aprende a ver sem esforço
o que a névoa quer te mostrar.

Deixa ficar no escuro
o que não queira
virar lembrança.
Deixa a memória
fazer escolhas.
Deixa o tempo brincar de esconder.

Deixa minar a prata,
arcar os ombros,
riscar as rugas,
dançar os nervos.
Testemunhas das carícias do tempo no teu corpo.

Deixa de presente a madrugada
aos novos feixes de luz e voz
que aprenderam contigo a caminhar.

Fica nesta noite que começa
em ondulações de luz e sombra
curiosas de te conhecer.

2 comentários:

Ana__Lia disse...

Ai, eu adoro essa poesia!! A foto casou impressionantemente, hein?!
Lindo, tu!!

Thiago Ribeiro disse...

"Deixa de presente a madrugada
aos novos feixes de luz e voz
que aprenderam contigo a caminhar."

muito lindo isso.