14 março 2007

Dois poemas


Moldura

Do lado interno das janelas
sanefas negras despejam
cortinas negras.

No meio da sala
o caixão negro
estreita o homem no seu bojo.
O terno negro
enobrece
a polidez defunta.

Longas velas bruxuleiam.

Há sol lá fora.
A morte é provisória.


Fosco
As cantoneiras
prendem os mortos
nas páginas cinzentas do álbum.

O papel de seda
antecipa
o manto fosco
da memória turva.
Foto extraida do site outside.cocainomano.com

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